Patrícia Kappen
Do G1 RJ
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente intimou nesta terça-feira (31) uma supervisora pedagógica do Colégio São Bento, no Centro do Rio, a prestar depoimento sobre uma suposta briga entre alunos da escola. Segundo a delegada Valéria Aragão Sádio, a escola está fazendo uma investigação interna para apurar os fatos.
Um aluno de 6 anos teria sido agredido por um adolescente de 14 anos na última quinta-feira (26). De acordo com Valéria, a denúncia foi feita pelo pai do menor agredido, um dia após o episódio.
A delegada foi até o São Bento nesta tarde para conversar com o reitor da escola. “O colégio está fazendo uma apuração interna e avalia se no caso cabe mais alguma punição”, disse ela, adiantando que não há câmeras de segurança que tenham registrado o ocorrido. “Há a preocupação de não demonizar o agressor”, completou. Ela afirmou que irá intimar os pais do adolescente, e aguarda do colégio o envio dos dados dos responsáveis para que possa intimá-los.
A delegada informou que o aluno supostamente agredido já não estuda mais no colégio.
O supervisor administrativo do colégio, Mário Silveira, disse que o agressor é um excelente aluno, e que a briga é um “assunto de foro interno” do colégio. “Estão querendo transformar num fato criminal o que será tratado nos parâmetros educacionais.”
O colégio já havia enviada na segunda-feira (30) uma carta aos pais da escola, em que trata o episódio como um "acidente considerado grave" e diz que suspendeu o aluno. A escola avisa também que é o posicionamento oficial e definitivo do colégio sobre o caso.
A delegada explicou na manhã desta terça o que pode acontecer ao fim da apuração. "Para apurar o caso foi aberto um Auto de Investigação de Ato Infracional (AIAI), o inquérito para menores de idade. Com o laudo concluído, o AIAI é então enviado ao Ministério Público e ao juiz da Vara da Infância e Juventude, que decidirão se o adolescente deve ser punido. Ele pode receber uma advertência ou até ficar internado provisoriamente”, explicou a delegada. “Trata-se de um ato infracional análogo ao crime de lesão corporal”.