sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Projeto cria a figura do ‘guardião’ da escola


Da Reportagem


Quarenta escolas públicas estaduais - 27 em Cuiabá e 13 em Várzea Grande - serão atendidas na primeira etapa do programa “Escola Segura”, lançado ontem pelo governo do Estado. São estabelecimentos de ensino considerados vulneráveis ou que já registraram ocorrências policiais, algumas até assassinatos. E que há suspeitas de consumo e tráfico de drogas. 

Na escola escolhida para sediar o evento de abertura, por exemplo, a Cesário Neto, no bairro Bandeirante, há um ano ocorreu um homicídio. O estudante Gustavo Pacheco da Silva, de 17, foi morto com três tiros. O crime seria uma represália às ameaças de morte supostamente feitas pela vítima aos criminosos. Dedicada à Educação de Jovens e Adultos (EJA), ou seja, a alunos que interromperam ou foram reprovados no ensino regular, grande parte dos alunos da Cesário Neto são internos do centro de internação de menores infratores Pomeri. 

O programa é parte do Plano Estadual de Enfrentamento às Drogas e integra três secretarias: Educação, Segurança e Direitos Humanos. A proposta prevê a instituição do “Guardião Escolar”, papel a ser desempenhado por um policial escolhido para levantar e monitorar a situação e os acontecimentos da escola, além de intermediar soluções. 

O coordenador do programa, major James Ferreira, informa que 100 policiais estão sendo treinados para atuar no “Escola Segura”. Entretanto, o policial não permanecerá em tempo integral na escola, deverá fazer visitas regulares, e poderá ser acionado pela direção. A ação “Rede Digital pela Paz”, desenvolvida pela Polícia Civil, completará o combate à violência. A idéia e usar os laboratórios de informática para trabalhar o reforço ou mudança de valores nos jovens e adolescentes. 

O presidente do Conselho Deliberativo e professor da escola, Rubens Martins, destaca que o que acontece nas escolas é reflexo da sociedade, da desagregação da família. As leis brasileiras, reclama, contribuem para agravar ao proibir o professor até mesmo de chamar a atenção do aluno. 

Além de ações de combate e prevenção à violência, a Cesário Neto precisa dispor de uma quadra de esporte, um espaço fundamental para interação escola-aluno com atividades complementares de educação, cultura e lazer, cobrou Martins. 

Leandro, 22, Edilaine, 19, e Noely, 18 anos, alunos no Cesário Neto, defendem o início imediato do “Escola Segura”. Eles dizem que na escola há tanto usuários como jovens vendendo drogas. Edilaine, que estava no colégio no momento do assassinato do Gustavo Silva, diz que não vê a hora de concluir o ensino médio para deixar a escola. 

O lançamento reuniu os secretários de Educação e Segurança, Ságuas Moraes e Diógenes Curado Filho, além de outras autoridades do Estado e município. (AA) 

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