sexta-feira, 17 de junho de 2011

Briga em escola fere olho de menino

17/06/2011 Agência BOM DIA

Criança quase ficou cega ao ser atingida por uma borracha no olho esquerdo; psicóloga alerta sobre o comportamento e consequências do bullying

Uma criança de 9 anos por pouco não ficou cega depois de ser atingida por um objeto na terça-feira à tarde, na escola municipal Professor José D’Oliveira Barreto, no bairro Jardim Bela Vista, em Catanduva.

Durante uma briga entre dois alunos dentro da sala de aula, um deles jogou uma borracha que acabou atingindo acidentalmente o olho esquerdo do garoto, causando uma lesão na retina.

O médico oftalmologista Fabrício Sleman Soubhia, que atendeu a criança, disse ao BOM DIA Catanduva que, com a pancada do objeto, ocorreu um inchaço na retina e o caso poderia ter sido mais grave, se o fluxo sanguíneo do órgão tivesse sido interrompido, o que poderia levar o garoto a ficar cego.

O menino passa por tratamento oftalmológico e deve esperar alguns dias para retornar ao médico, onde será feito novos exames. O médico descarta a possibilidade de o estudante perder a visão ou ter qualquer tipo de sequela, porém diz que a área que foi atingida está fragilizada e precisa ter alguns cuidados.

Assustada com a agressão sofrida contra o filho, embora tenha sido acidentalmente, a mãe registrou um boletim de ocorrência.

O BOM DIA Catanduva entrou em contato com a família do garoto, que afirmou que desde o ano passado, ele e outras crianças vêm sofrendo ameaça por parte do outro aluno. “Eu dava dinheiro todo dia para ele comprar lanche e um dia ele chegou reclamando que esse menino se aproximou e depois de ameaçá-lo, pegou o dinheiro. Em seguida, ele passou a levar o lanche de casa e o garoto também pegou. E não é só com meu filho que isso acontece. Outras crianças já reclamaram com a diretora da escola”, diz o pai do garoto que teve o olho ferido.

O pai explica ainda que, quando o filho chegou da escola e contou ocorrido, ele pensou que não fosse nada grave. Porém, o garoto começou a reclamar de dor e relatar que não estava enxergando direito. Isto fez com que a família o levasse ao médico e constata-se a lesão na retina.

A família reclama ainda da falta de apoio dos responsáveis do agressor, que é órfão e mora na Casa Ressurreição do Adolescente, mantida pela APER (Associação Assistencial, Promocional e Educacional Ressurreição). “Até agora ninguém me ligou para saber se meu filho está bem ou precisa de alguma coisa. Eu precisei faltar um dia do serviço para levá-lo ao médico e para fazer exames, além do gasto que tive com a medicação”, reclama o pai.

A direção da escola onde ocorreu a agressão informou, através de uma nota divulgada pela assessoria de comunicação da prefeitura, que o aluno acusado de causar o incidente é acompanhado psicológicamente desde o início do ano, inclusive com ciência da Vara da Infância e da Juventude.

Com o boletim de ocorrência registrado pela mãe, a direção da escola informou às Irmãs da Ressurreição para que providências fossem tomadas a fim de evitar outros problemas. O BOM DIA Catanduva entrou em contato com a irmã Ana Rosa, responsável pelo abrigo onde o garoto mora, mas ela não quis falar sobre o assunto.

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