sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Falta de interação facilita vandalismo em escola em SP



Para especialistas, vandalismo em instituição de Mauá é reflexo da falta de interação com comunidadeEVANDRO ENOSHITA

Na madrugada de quarta para quinta-feira, criminosos invadiram a EE Jardim Zaíra 8, no Jardim Zaíra 5, em Mauá. Mas não bastou roubarem cinco computadores e um microondas.

Eles também aproveitaram para ‘barbarizar’: O resultado, só foi descoberto pela manhã. Portas quebradas, merenda espalhada pelo chão e mesas e carteiras  sujas com urina. Ontem, as aulas foram suspensas na instituição.

Mas afinal , o que leva alguém a praticar vandalismo contra uma escola? Para especialistas entrevistados pelo BOM DIA, o local já não é visto como um ponto de geração de conhecimento, mas como um espaço de repressão.

 “Quem faz isso não se identifica com a escola. Não sente que ela faça parte da comunidade. Para essas pessoas, esse local é identificado como um ponto fácil para se roubar”, afirmou o professor de Ciências Sociais da Fundação Santo André, Carlos César Almeida.

Na opinião dele, a mudança dessa realidade passa pela diminuição da desigualdade social. “É preciso que a sociedade passe por mudanças sociais. Evoluimos muito do ponto de vista econômico, mas o mesmo não aconteceu com o desenvolvimento da sociedade. É preciso fazer que parte do  sistema educacional seja atrativo para os estudantes”, completou.
VIOLÊNCIA /Já para a coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Metodista de São Paulo, Silvia Perroni, a escola precisa incluir a comunidade em suas decisões.

“Atualmente ela não é vista como um espaço de todos. É preciso resgatar esse papel de envolver a sociedade. Tradicionalmente a escola sempre foi fechada à vida social, mas isso precisa mudar.”
“A sociedade está se tornando agressiva. Este não foi um ato de violência contra a escola, mas contra o sistema educacional como um todo”, disse Silva.
MEDO /Funcionários ouvidos pela reportagem destacaram que vivem com medo. Além de estar localizada no alto de um morro, em uma rua sem saída, a  escola não tem qualquer tipo de segurança durante a noite.

Por meio de nota, a secretaria de estado da Educação  informou que em 15 dias a escola irá receber um sistema de alarme. Já as câmeras de segurança deverão ficar somente para 2012.

No meio de tudo isso, os pais de estudantes ficam de mãos atadas. “Tudo isso é horrível. Uma pessoa que faz uma coisa assim com uma escola não vale nada. Fico receosa pelo meu filho, mas não tenho outra opção”, destacou a dona de casa Silvana Aparecida Rosa, 37 anos, mãe de um estudante do 7º ano.

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