04/06/2012
Uma menina estudiosa, comunicativa e que,
embora tenha certa limitação nos movimentos, sempre se relacionou bem com as
pessoas. Esse é o perfil de E.P.B., 9 anos, que mora no bairro Jardim São José
1, na zona leste de São José dos Campos. Porém, desde novembro essas
características mudaram. Tudo por causa do bullying que sofreu na escola
estadual Xenofonte Strabão de Castro, no bairro Jardim Santa Inês.
Desde
então ela foi apenas uma vez na escola e se tornou uma menina calada, que pouco
sorri. Em casa há quatro meses, E. passa boa parte do tempo escrevendo ou
desenhando. E. não tem o movimento do joelho para baixo nas duas pernas e se
locomove com cadeira de rodas. Ela também não possui a mão direita.
Mesmo
com os problemas, a mãe de E., Maria Lúcia Pereira, disse que isso nunca foi
empecilho para nada nos dois anos em que ela está na atual escola. “Ela sempre
foi muito estudiosa e arrancava elogios dos professores”, disse a mãe, que
também tem sofrido com a situação.
Problema
Tudo começou em novembro de 2011, já no final do 3º ano do ensino fundamental, série que cursava até então. Segundo a menina, três alunos da sala dela começaram a chamá-la de aleijada. “Eu conversei com as mães dos alunos para que isso parasse. As crianças até vieram pedir desculpas, mas começou tudo de novo na semana seguinte”, afirmou a mãe da menina.
Tudo começou em novembro de 2011, já no final do 3º ano do ensino fundamental, série que cursava até então. Segundo a menina, três alunos da sala dela começaram a chamá-la de aleijada. “Eu conversei com as mães dos alunos para que isso parasse. As crianças até vieram pedir desculpas, mas começou tudo de novo na semana seguinte”, afirmou a mãe da menina.
E
a recusa da menina em frequentar as aulas está refletindo no irmão mais novo,
que tem cinco anos. Segundo a mãe, ele não quer mais ir às aulas para fazer
companhia para E.
Estudos
Sem ir à escola, E. deixou de ter as aulas de matemática de que tanto gosta. Maria Lúcia disse que a escola prometeu que os materiais das aulas seriam entregues à ela para que a filha pudesse estudar, porém isso não aconteceu. “Eu já fui na escola mas não tem nada para eu trazer para casa. Agora ela está aqui em casa, querendo estudar, mas não pode”, disse Maria Lúcia.
Sem ir à escola, E. deixou de ter as aulas de matemática de que tanto gosta. Maria Lúcia disse que a escola prometeu que os materiais das aulas seriam entregues à ela para que a filha pudesse estudar, porém isso não aconteceu. “Eu já fui na escola mas não tem nada para eu trazer para casa. Agora ela está aqui em casa, querendo estudar, mas não pode”, disse Maria Lúcia.
A direção da escola nega problemas
o
da Escola Estadual Xenofonte Strabão de Castro negou, em nota, que a aluna
E.P.B. seja vítima de bullying na unidade escolar.
De
acordo com a direção da escola, em 2011 foi registrado um caso pontual de um
aluno que teria ofendido a jovem e, na ocasião, o corpo docente se reuniu com
os responsáveis pelo agressor para discutir medidas socioeducativas a fim de
evitar a reincidência de situações semelhantes.
A
direção informou ainda que implantou, em 2009, o Sistema de Proteção Escolar
visando coibir eventuais fatores de vulnerabilidade e conflitos inerentes à
comunidade escolar, como é o caso do bullying.
Quanto
ao conteúdo pedagógico, a direção da escola afirmou que o material é entregue
aos responsáveis pela aluna, conforme deliberação do Conselho Estadual de
Educação nº 59/2006, que permite aos estudantes em tratamento de saúde, com
real dificuldade de cumprirem as atividades escolares normais, a possibilidade
de prosseguirem em seus estudos. As atividades foram descontinuadas pois
os responsáveis pela estudante deixaram de retirar o conteúdo pedagógico na
unidade escolar.
Especialista diz que bullying piorou
De
acordo com o psicólogo Paulo Sodré, é comum que as crianças lidem com o que é
novo para elas com piadas. O problema, segundo o especialista, é que as
brincadeiras se tornaram ofensas. “Isso acontece porque as crianças são
influenciadas pela violência que atinge a sociedade. As brincadeiras de hoje
não são as mesmas de 10 anos atrás”, afirmou. Para ele, os alunos que
ofenderam a menina precisam ser acompanhados por profissionais da área
pedagógica. Sodré disse também que E. precisará de psicólogo. “Ela vai ter que
fazer um trabalho para se adaptar a essa condição e aprender a se defender
durante essas situações que vão acontecer.”
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